Ver para crer. Conhecer novas alternativas, saber o que agricultore/a/s do semiárido estão fazendo para viver melhor em suas propriedades. Foi com essa finalidade que uma caravana de homens e mulheres das cidades de Jardim, Mauriti, Crato Saboeiro e Cariús desembarcaram no último dia 22 de maio na cidade de Caraúbas RN.
Ver para crer. Conhecer novas alternativas, saber o que agricultore/a/s do semiárido estão fazendo para viver melhor em suas propriedades. Foi com essa finalidade que uma caravana de homens e mulheres das cidades de Jardim, Mauriti, Crato Saboeiro e Cariús desembarcaram no último dia 22 de maio na cidade de Caraúbas RN.
Foi o primeiro intercambio interestadual realizado pelo Instituto Elo Amigo, unidade gestora do P1+2 nas regiões Centro Sul, Cariri e Inhamuns.
Os participantes puderam ver novas alternativas de reaproveitamento da água, as ações desenvolvidas por um grupo de jovens em uma comunidade rural, os trabalhos de uma comunidade que encontrou no coletivismo uma forma de potencializar a produção e a comercialização de seus produtos.
Outra experiência que chamou a atenção dos visitantes foi a união de um grupo de mulheres que viu na produção de poupas de frutas uma chance de melhorarem suas vidas e as de suas famílias.
Seu Antônio pereira que reside no município de Cariús diz: foi uma inspiração pra mim. Eu moro em uma comunidade que tem bastantes frutas, mas nunca vi uma coisa assim. A observação de seu Antonio ganha mais destaque por causa da disparidade tanto em variedade quanto na quantidade de furtas, que em sua comunidade é bem maior, porém ele lembra que não são bem aproveitadas. Claudivan Laurentino da cidade de Jardim foi outro agricultor que viu no exemplo do beneficiamento das poupas de frutas uma boa oportunidade de está garantindo renda para sua família e até para sua comunidade. Lá, muitas frutas vão para o lixo, quando poderiam ser transformadas em poupas, relatou. Seu Francisco Rita pode ver de perto alguns contrastes quanto ao uso da água. Na sua visão existem muitas áreas com bastante potencial tanto de solo quanto da disponibilidade de água, mas que não são bem aproveitadas e outras em que a água é bem mais escassa, porém a criatividade e a força de vontade das pessoas têm garantido boa alimentação e uma vida melhor para essa gente inovadora.
Outros beneficiários adquiriram durante a visita a inspiração uma tomada de atitude. É o caso das famílias que residem na comunidade de Letreiro dos Bernardos. Comunidade que fica a 17 quilômetros de Mauriti. A única fruta que os moradores têm disponibilidade é o caju, e assim mesmo não é bem aproveitado. Apenas a castanha tem um valor comercial o/a/s trabalhadore/a/s passam dias colhendo, separando, secando e no final o preço é muito pouco. E esse pouco é só R$ 0,80 oitenta centavos o quilo; um desperdício, tanto da matéria prima, quanto da mão de obra. José Jaílson Pereira conta que os conhecimentos adquiridos no intercâmbio servirão de base para uma mudança radical: lá em casa não tem esse negócio de frutas não, mas a gente pode aprender e botar pra frente, concluiu.
Nos dias em que a troca de saberes aconteceu a satisfação dos/as participantes se faziam visíveis nos rostos e na curiosidade de cada um/a que não perdiam uma só chance de saber como se dava cada iniciativa. Claudivan conta que algumas alternativas devem ser observadas e adaptadas à realidade de cada pessoa. Ele finaliza dizendo: eu gosto de observar bem para sempre levar algo (conhecimento) pra casa. E é justamente essa a finalidade do intercâmbio.