O Centro de Defesa dos Direitos Humanos Antônio Conselheiro – CDDH-AC com e o Instituto Elo Amigo – IEA realizaram nesta sexta e sábado (12 e 13), o encontro das Comissões Municipais no município de Senador Pompeu Ce.

A reunião teve como tema principal a segurança e insegurança hídrica no semiárido e facilitador das discussões o coordenador do P1+2 pela Cáritas Regional Alessandro Nunes. O encontro contou com a participação de membros de STTRs, Pedreiros de cisterna de placa, instituições do Fórum Microrregional Pela Vida no Semiárido de Iguatu, beneficiários do P1MC e membros de Comissões Municipais de 13 municípios do FMVSA-Iguatu.

O coordenador em exercício do CDDH-AC o Sr. Ananias Alves fez a acolhida dando as boas vindas aos participantes relembrando a importância da união das pessoas para se fazer um bom trabalho. Na seqüência os participantes se apresentaram e socializaram os problemas enfrentados em cada região.

Alessandro Nunes relembrou um pouco da historia da ASA, seu surgimento e papel no contexto do semiárido brasileiro, destacando lutas e conquistas. Para complementar a explanação, explicou o que é e como se classifica uma região semiárida e por fim trouxe um pouco sobre as suas riquezas culturais e as negações de direitos como a reforma agrária que nunca aconteceu, tema fortemente discutido no P1+2 que deixa de beneficiar algumas famílias por não terem acesso a terra.

Um outro ponto foi que agricultores deixam de praticar a agroecologia por não terem acesso ás informações de manejo com a terra de maneira sustentável e a falta de um acompanhamento técnico adequado por algumas instituições. A preocupação na formação dos técnicos e agrônomos deve ser direcionada para a agricultura familiar e desestruturar o conceito de agronegócio que é imposto pelas faculdades.

A importância na estocagem de sementes crioulas, que é superior as sementes distribuídas pelo governo, foi outro ponto discutido pelos participantes. A presença de casa de sementes nas comunidades fortalece o envolvimento das pessoas na valorização cultural e na responsabilidade ambiental.

Os participantes foram divididos em cinco grupos para debaterem e depois socializarem o papel das comissões municipais, da sociedade civil e do poder público junto às comunidades agricultoras que vivem no semiárido.

O grupo também avaliou a metodologia do P1MC e P1+2 na ótica dos seguintes componentes: mobilização, formação, construção e encontros de avaliação. Com a discussão foi identificada a necessidade de uma RE-CAPACITAÇÃO de pedreiros(as), um momento de reciclagem dos conhecimentos, troca de experiências com outros pedreiros e uma abertura maior na participação dos Fóruns, valorizando assim quem trabalha diretamente com as famílias; A discussão trouxe o problema da falta da areia na construção das cisternas de 16 mil litros que é a contrapartida da família beneficiada. Os participantes viram que a contrapartida das famílias já é muito alta e o material para construção deveria ser completo.

No segundo dia os participantes visitaram a comunidade de Católe que fica a 10 km de Senador Pompeu. Na comunidade tiveram a oportunidade de conhecer a UD (unidade demonstrativa) do Biodigestor e a mandala. Acompanhados pelo técnico da comunidade tiraram muitas duvidas e curiosidades e no retorno ao local do encontro, realizou-se uma avaliação das metodologias aplicadas e estrutura para a realização do evento.