Durante os dias 28 e 29 de junho, o Instituto Elo Amigo (IEA) realizou a capacitação das Comissões dos Municípios de Acopiara, Cedro, Jucás e Quixelô, localizados no Centro Sul do estado do Ceará.
O evento aconteceu na sede do IEA, no município de Iguatu, e teve como objetivo apresentar o Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) aos membros das comissões de cada município para que os mesmos compreendessem a dinâmica do programa e tirassem duvidas a partir de debates mediados pela equipe responsável pela execução dos trabalhos.
Após a acolhida, cada participante desenhou seus pés em dois papeis e escreveu as motivações e conquistas alcançadas pela ASA nos últimos 10 anos: Integração das políticas públicas; melhoramento de vida com as tecnologias; mobilização social; resgates de culturas; troca de conhecimento; e construção da cidadania foram algumas motivações e conquistas identificadas pelos participantes.
Depois de uma breve explicação dos trabalhos desenvolvidos pelo IEA, Marcos Jacinto fez uma apresentação sobre o surgimento, às lutas e as conquistas da Articulação do Semiárido brasileiro – ASA.
Ao serem apresentados ao P1+2, os participantes compreenderam que o foco do programa não é a construção de tecnologias, mas garantir a independência alimentar das famílias e introduzir novas praticas de cultivo que não agridam o solo, a Agroecologia. As famílias que irão ser beneficiadas deverão estar abertas a essa nova maneira de plantar, e esse é o papel das comissões, identificar famílias que consigam trabalhar de maneira agroecológica e sustentável utilizando as tecnologias de convivência com o semiárido para produção de alimentos de origem animal e vegetal.
O vídeo “Um Novo Olhar”, trouxe de volta a discussão do uso dos agrotóxicos e seus malefícios tanto para a terra quanto para a saúde das pessoas que vivem na região. Viram que o P1+2 vai contra essa pratica, fortalecendo o combate ao uso indiscriminado dos venenos, queimadas e uso de sementes transgênicas, que já vêm sendo substituídas pelas sementes crioulas (ou sementes da paixão) nas comunidades mais organizadas que mantém sua independência nos cultivos.
O segundo dia começou com a identificação da quantidade de cisternas de placas de 16 mil litros nos municípios a serem beneficiados pelo P1+2, visando sempre a potencialidade de cada comunidade na produção, praticas ecológicas e entrosamento das famílias. Através de mapas da realidade hídrica de cada município, desenhados pelos próprios participantes, foram identificadas comunidades com maiores necessidades e que se aproximam dos critérios, assim como também, ocorreu a identificação de possíveis parceiros que possam apoiar as famílias, dando assistência técnica, após a execução do programa.
Por fim, foram agendados o inicio dos trabalhos da comissão junto com os animadores com a mobilização das comunidades e famílias. Apesar de ser um termo curto em relação ao tempo, os participantes estão otimistas com os benefícios que o programa oportunizará as famílias e aos municípios.
“Apesar de ser um trabalho voluntário, ganhamos por saber que iremos contribuir com a melhoria de vida das famílias que serão beneficiadas e me deixa muito feliz” avalia Antonia Maria da Silva, Comissão de Acopiara.