Foi realizado em Fortaleza, no dia 02 de agosto, o Seminário de Desenvolvimento de Políticas de Juventude - Experiência em Construção. O evento, promovido pela Secretaria do Esporte e Juventude do Estado do Ceará (Sejuv), teve como objetivo a definição da participação dos movimentos e organizações juvenis na Câmara de Políticas de Juventude (CPJ). A Câmara é uma proposta lançada pela Sejuv que funcionará como um espaço de diálogo permanente, composta por diversos representantes da sociedade, agrupados em três esferas: poder público (com representantes de prefeituras, do governo do estado e governo federal), Conselho de Parceiros (empresários, fundações, entre outros) e a Agência de Desenvolvimento Jovem (ADJ), uma entidade formada por 17 organizações de juventude do Estado que terá a função de mapear e capacitar as entidades juvenis do Ceará, qualificando suas atuações e apoiando projetos sociais.
No encontro, que contou com a participação de mais de 80 organizações, foram votadas algumas questões levantadas durante uma serie de seminários promovidos pela Sejuv no interior, entre elas: a possibilidade de a ADJ ser ou não uma OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) e sua composição. A maioria das organizações presentes votou a favor da proposta apresentada pela Secretaria e a Agência passará a funcionar como OSCIP, sendo 40% de sua diretoria formada por entidades do interior do Estado.
Foto/Adolfo Maia, Proj. DesenvolverO resultado contrariou alguns movimentos e organizações do Ceará, entre eles o Instituto de Juventude Contemporânea (IJC), a Rede de Jovens do Nordeste, Instituto Elo Amigo e Projeto Desenvolver, que temem pela falta de representatividade da juventude em uma entidade institucionalizada e defenderam que a Agência deveria ser um espaço mais aberto. "A ADJ, funcionando no modelo apresentado, não beneficiará a maioria da juventude. A participação juvenil na Câmara, através de um fórum, tornaria a proposta mais atraente para a diversidade de instituições que atuam nas diversas regiões do Ceará", defendeu Davi Barros, membro do IJC. A Sejuv argumenta que a ADJ funcionando como uma entidade juridicamente definida tornaria mais fácil o repasse de verbas para desenvolvimento de projetos.
Da região Centro Sul, participaram do Seminário a Secretaria do Esporte e Juventude, o Instituto Elo Amigo, a UMESI, a ASESI, o Semi-Liberdade, o Iglu Linux, o Grêmio Estudantil do CAIC e a Pastoral do Menor, que aceitou o desafio de compor a primeira diretoria da ADJ. "Eu, pessoalmente, vi que o momento vivido foi muito importante para a juventude do Ceará. Mesmo o projeto não sendo tão favorável para a diversidade de instituições que existem no Ceará, a Pastoral aceitou o desafio e a confiança que as entidades daqui depositaram na gente", destacou Idevanir Pereira de Oliveira, membro da Pastoral.