Nos últimos anos, o nordeste brasileiro vem construindo uma nova história quando o assunto em questão é a escassez de água. 

Ainda a muito a se fazer, mas durante os últimos anos, o programa de cisternas de placa (Programa Um Milhão de Cisternas - P1MC), vem mudando a cara do sertão. 

Desde que surgiu, em 2003, o P1MC construiu mais de 499 mil cisternas de armazenamento de água das chuvas, beneficiando mais de 2 milhões de pessoas. O Programa é uma das ações de Formação e Mobilização Social para convivência com o Semiárido da ASA (Articulação Semiárido Brasileiro), onde convivência sustentável com a realidade do ecossistema do nosso semiárido  é uma das propostas do programa, sempre aliados à capacitação das famílias beneficiadas e ao fortalecimento da sociedade civil.

Desde o dia 12 de maio, o portal R7 vem trazendo uma série de reportagens sobre as alternativas que o nordeste vem realizando para burlar a seca (ou estiagem), que é entendida como um fenômeno climático decorrente da falta ou irregularidade de chuvas em determinado  local e/ou espaço. E foi pensando nisso, que especialistas e estudiosos observaram e discutiram a eficácia destas tecnologias de armazenamento usada no Nordeste, chegando até a viabilizar o uso de um projeto nesses moldes, na tentativa de resolver ou amenizar os problemas ocasionados pela falta de água que São Paulo vem vivenciando nos últimos meses, onde grande parte das cidades do estado já estão sofrendo com o racionamento, vendo que sua principal fonte de abastecimento de água, o sistema Cantareira, apresenta nível de armazenamento abaixo de 10%.

Sabemos que a água que cai das chuvas nos centros urbanos, devido à poluição intensa, não tem a mesma qualidade das chuvas que caem na zona rural, mas é notória e não menos importante, a eficácia de tecnologias de armazenamento de água das chuvas para diversos usos como consumo humano, preparo de alimentos, limpeza de residências, lavagens de carro, jardinagens e principalmente como uma forma sustentável para preservar os recursos hídricos. 

O Nordeste hoje mostra um novo capitulo que parecia não poder ser reescrito e constrói um roteiro que caminha cada vez mais para um final feliz. A meta do Programa é construir um milhão de cisternas e as perspectivas apontam que até o final de 2014  já estarão construídas 750 mil cisternas de placa.