A abertura do segundo dia do encontro estadual da juventude do Fórum Cearense foi marcada com uma mística – dança do toré (canto sagrado, cantado pelos índios para fortalecimento da união e da força e sustentar sua cultura, envolvendo as artes da natureza). Em circulo e em meio à natureza, os jovens cantaram e dançaram, louvando a Deus pelos acontecimentos. O Artista João do Crato saudou os participantes e falou da importância da participação da juventude no processo de transformação do semiárido.


Ainda na manhã deste dia (29), os jovens Danilo Almeida, da Fetraece e fundador do Instituto de Jovens Rurais, de Quixeramobim; Daniela Pereira, integrante da Escola Família Agrícola – EFA, de Independência e Rosely dos Santos, do Grupo Urucongo de Artes, da comunidade Chico Gomes, puderam partilhar um pouco de suas experiências vivenciadas para outros jovens das várias regiões semiáridas do Ceará.
O que os jovens socializaram são as iniciativas que começam a surtir efeitos e que são importantes nesse processo de transformação do semiárido. Daniele aposta na participação como ferramenta para a transformação. “Quando comecei a participar da escola comecei a perceber o valor do semiárido”, afirma Daniele, enfatizando que a escola agrícola valoriza os saberes do homem e da mulher do campo e incentiva o jovem a participar mais da vida na comunidade, na família e na sociedade.
Assim como Daniele, Rosely Silva também reconhece o importante papel da juventude na construção de uma sociedade onde todos/as vivam com dignidade. Ela conta que faz parte do grupo Urucongo de Arte desde sua fundação e como tudo começou: Começamos com a quadrilha coisa do meu sertão, que passou a ser uma das principais quadrilhas da região, mas precisávamos de algo que não se limitasse a uma época do ano, como as quadrilhas. Foi dessa experiência que sentiram a necessidade de criar um grupo. O nome Urucongo foi sugerido devido ao nome de um instrumento musical chamado birimbau. A escolha se deu pela caracterização do trabalho que desenvolviam.
O Urucongo foi ganhando consistência pelas atividades realizadas como danças, oficinas de ritmos, confecção de instrumentos, sabonete, entre outros. Segundo Rosely, com o grupo muita coisa mudou inclusive a participação da juventude nos trabalhos comunitários. “Procuramos trazer os jovens para a comunidade tirando-os das drogas, pois a nossa luta é por direito e cidadania”, diz Rosely, que faz questão de acrescentar que o sonho dos jovens é tornar o grupo mais conhecido, de forma que consigam trabalhar na comunidade sem ter que procurar emprego fora.
A experiência partilhada pelo jovem Danilo Almeida é também de construção. Mas, e, sobretudo de inserção. Ele acredita que com a participação da juventude, a vivência no semiárido será bem melhor. “A juventude é um símbolo de conquistas”, pontua.