Casa de Sementes (denominadas, em alguns lugares, Bancos de Sementes) são organizações comunitárias que visam a auto-suficiência dos agricultores e agricultoras familiares, no abastecimento de sementes de espécies importantes para a agricultura local.
As Casas de Sementes surgiram no Brasil na década de 1970, por iniciativa da igreja católica junto a diversas comunidades de vários estados do nordeste brasileiro.
Naquela época, a população sofria tanto com as secas periódicas, que castigavam essa região do País, aumentando a fome e deixando-a em condições de extrema miséria, como também por causa da perseguição política e repressão. Foi a partir dessa realidade a seca e o povo reprimido que surgiu a proposta de criar Casas de Sementes.
No início, o principal objetivo era garantir às famílias sementes armazenadas para o plantio quando caíssem as primeiras chuvas e, assim, deixar de depender do patrão, trocando dias de serviço por sementes para o plantio de seus roçados.
Além da possibilidade de autonomia, as Casa de Sementes tornaram-se um importante espaço para realização de reuniões, conversas e debates sobre os problemas das comunidades.
Qualquer pessoa, homem ou mulher, ainda que seja da mesma família pode ser sócia da Casa de Sementes. Basta que tenha identificação com a proposta defendida e compromisso com o trabalho coletivo.
A participação das mulheres como sócias das Casas de Sementes tem especial Importância, pois, além de contribuir para sua autonomia, é um Instrumento de comprovação da sua profissão de agricultora.
As Casas de Sementes garantem a sua autonomia do agricultor; mantêm as variedades tradicionais armazenadas; contribuem para a Segurança Alimentar das comunidades, possibilitando a diversidade de cultivos e também fortalecem a organização dos grupos.