Vivemos um dos piores retrocessos da história democrática do país, com a retirada de direitos sociais conquistados com muita luta pelo povo brasileiro. As reformas da previdência, trabalhista, a terceirização e outras atentam contra a vida do povo mais pobre, fere os direitos constitucionais e empurra o Brasil para o declínio social, político e econômico. Corremos sério risco de voltarmos para o mapa da fome!
Os impactos dos retrocessos de direitos sociais, certamente, serão mais fortes na vida do povo do Semiárido. Aqui estamos passando pela maior seca dos últimos 100 anos, mas saímos de 1 milhão de mortos (principalmente de crianças e de idosos/as, nos anos 1980) para 1 milhão de tecnologias sociais de Convivência com o Semiárido, sem registro de morte de seres humanos provocada pela fome ou por sede. Rompemos com a lógica de combate à seca e com a famigerada indústria da seca. Não podemos permitir a volta das frentes de serviço, das filas intermináveis, principalmente de mulheres em busca de água, dos saques ao comércio e da migração forçada.
Neste contexto, somente a mobilização social pode barrar esta onda de retrocessos e levar o país para a construção de outros caminhos de igualdade, de justiça e do BEM VIVER! Exigimos Diretas Já e uma nova Constituinte para reforma do Estado brasileiro.
A Articulação Semiárido Brasileiro (ASA) vem apoiar e juntar-se às vozes de todas as pessoas, organizações e movimentos populares que historicamente defendem e constroem a Democracia e os direitos sociais das populações, sobretudo aquelas camadas mais empobrecidas, cuja retiradas de direitos já é um fato. Com a aprovação da PEC 55 (PEC do Teto dos Gastos Públicos), que reduz investimento obrigatório do governo federal com a educação e a saúde, que era de 18% da receita líquida dos impostos que pagamos, agora cai para 13% nos próximos anos, e para 10% nos próximos 20 anos. Além de mais pobre, o Brasil está condenado a ficar menos escolarizado e mais doente. Esse é o resultado das reformas do Governo Temer, da elite conservadora, aliados ao grande capital internacional e à grande mídia.
Nesse contexto histórico e desafiador, A ASA chama e convoca todo o povo do SEMIÁRIDO e, em especial, todas as organizações da REDE ASA, Agricultores e Agricultoras, que vivem e atuam nesse Território, para apoiar e participar efetivamente da GREVE GERAL NO DIA 28/04/17 - O BRASIL VAI PARAR!
Está em jogo a Democracia. Está em jogo nosso futuro como cidadãos e cidadãs. Está em jogo o futuro das novas gerações. A vida está ameaçada! Precisamos ocupar praças e ruas, em cada canto do Brasil, desde a comunidade, passando pelas pequenas localidades e cidades até os grandes centros. Nossa tarefa é mostrar a força e a resistência do povo do Semiárido. O dia 28/04 será decisivo para a continuidade das lutas por direitos e pela Democracia brasileira.
Com esse Espírito de luta, pela justiça e garantia dos direitos sociais, a ASA recomenda as seguintes orientações para toda Rede no dia 28/04/17:
1. Paralização geral de todas as atividades das organizações, grupos, associações, sindicatos;
2. Confeccionar faixa ou cartaz e fixá-lo na frente das instituições, praças, Igrejas, locais de grande fluxo de pessoas, apoiando a Greve Geral e contra as reformas;
3. Mobilizar e organizar grupos de pessoas para participarem das manifestações, caminhadas e atos públicos em todos os cantos do Semiárido;
4. A Assessoria de Comunicação da ASA (ASACom) estará responsável por confeccionar a arte de um adesivo e encaminhá-lo às ASAs e Fóruns Estaduais para serem impressos, distribuídos e usados antes, durante e após o dia 28/04;
5. Por fim, a ASA Nacional recomenda que todas as ASAs e Fóruns Estaduais apoiem as iniciativas das organizações populares e se insiram nas articulações nacional, estaduais e locais, fortalecendo a unidade e a luta!
Semiárido Brasileiro, 20 de abril de 2017
Articulação Semiárido Brasileiro
Foto: Rikáryo Mourão - Ato da Asa Brasil no Rio São Francisco em Petrolina mobilizou mais de 40 mil pessoas pela vida no semiárido